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Anvisa nega importação da vacina Sputnik V; Secretário da Saúde da Bahia critica a decisão: 'Desconexão da realidade'

Terça / 27.04.2021

Por Redação Sertão Hoje

A Bahia tem contrato para aquisição de 9,7 milhões de doses do imunizante. (Foto: Reprodução /Facebook Embaixada da Rússia no Brasil)

Nessa segunda (26), após 5 horas de reunião, a diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por unanimidade, negou o pedido de autorização para importação da vacina russa contra Covid-19, a Sputnik V.

Entre os pontos abordados durante os debates, a diretoria da Anvisa considerou que os países que aprovaram o uso da vacina russa não possuem tradição de análise de medicamentos. Os técnicos também apontaram que em grande parte dos países a vacinação com o imunizante ainda não começou. A agência também pontuou não ter recebido um relatório técnico que comprovasse os padrões de qualidade. O documento não foi encontrado em outros países que aplicam a vacina. Um grupo da Gerência de Inspeção e Fiscalização da Agência chegou a viajar à Rússia para avaliar os locais de fabricação da vacina. A área técnica, no entanto, afirmou que não pôde visitar todos os locais de fabricação da vacina durante a inspeção. Antes disso, o Fundo Russo teria tentado cancelar a inspeção da comitiva.

Na manhã desta terça-feira (27), em entrevista ao Jornal da Manhã, da TV Bahia, afiliada à Rede Globo, o secretário de Saúde da Bahia (Sesab) Fábio Vilas-Boas criticou a decisão da Anvisa. A Bahia tem contrato para aquisição de 9,7 milhões de doses do imunizante.

“Não tinha nenhuma dúvida que ela [Anivsa] viesse a dar esse parecer. A simples ida deles a Moscou não iria resolver a infinidade de questionamentos, de documentos que eles solicitaram. A estimativa nossa é que demora em torno de 6 meses para conseguir responder a quantidade de questionamentos da Anvisa. Então, existe sim uma desconexão da realidade que nós vivemos, com as exigências que a Anvisa está impondo", disse Vilas-Boas, que citou ainda a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski. “[na decisão] Ele disse que a Anvisa não pode simplesmente continuar a dizer que há ausência de documentos, que há ausência de evidência de benefícios, que há ausência de evidências de segurança", comentou o secretário.

A decisão a qual o secretário se refere foi proferida na segunda-feira (26), quando Lewandowski determinou prazo de 30 dias para que a Anvisa se manifestasse sobre possibilidade da Bahia importar a Sputnik V. Esse prazo venceria na quinta-feira (29), porque começou a ser contado a partir da formalização do pedido feito à Anvisa.

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