Sertão Hoje

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Dário Teixeira Cotrim

Membro da Academia Montes-clarense de Letras e dos Institutos Histórico e Geográfico de Montes Claros (MG), de Feira de Santana (BA) e da Bahia. Dário também é sócio correspondente da Academia Caetiteense de Letras.

Domingos Gomes de Azevedo

O comendador Domingos Gomes de Azevedo, que era casado com dona Ana Joaquina Sofia de Jesus, veio para a região de Caetité, egresso do Sumidouro, onde aqui fez história. Tiveram eles dez filhos, sendo o primogênito chamado Joaquim Venâncio de Azevedo – que foi intendente de Caetité no período de 1838 – 1844 – este casou-se duas vezes e do primeiro casamento (não se guardou o nome da esposa) teve os filhos: José Justino Gomes de Azevedo, José Venâncio Gomes de Azevedo e Domingos Gomes de Azevedo II que era casado com dona Honorata Maria de Azevedo e foram moradores da Vila de Nossa Senhora do Rosário do Gentio. Do segundo casamento com dona Virgínia Soriano de Azevedo teve um filho que foi batizado com o nome do avô Domingos Gomes de Azevedo e apelidado de doutor Domingos do Roncador.

Disse o historiador (do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia), Gonçalo de Athayde Pereira, que “em Roncador, propriedade do doutor Domingos Gomes [Azevedo], seu filho Clemente [Gomes de Azevedo] e o sobrinho Teófilo [Gomes] de Azevedo, montaram uma fábrica, que tomou grande proporção, de modo que em 1885, quando ali cheguei (Lençóis)  já haviam várias fábricas e bons lapidários para desenvolver e animar  o comércio dos brilhantes – sempre protegido pelo prestigio do coronel Uldurico [Macedo] que faleceu em maio de 1884, aqui na capital”. (Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia – Lapidação dos Diamantes na Bahia – Gonçalo de Athayde Pereira. Nº 69, ano de 1943. Pág 82).

Joaquim Venâncio de Azevedo e dona Virgínia Soriano Azevedo eram residentes em Caetité, mas com a morte do cônego Sabino Gomes de Azevedo, foram morar na cidade de Lençóis, na Chapada Diamantina, onde nasceu-lhes o menino Domingos Gomes de Azevedo III, que tinha a alcunha de doutor Domingos do Roncador. Com o passar dos anos, Joaquim Venâncio e sua esposa Virgínia retornaram para a cidade de Caetité. Em 1844, consta na Certidão de Óbito que Joaquim faleceu e foi sepultado em Caetité, ocasião em que a viúva voltou para suas terras no baixio de Palmes de Monte Alto.

Com a ausência dos pais, o jovem Dr. Domingos estabeleceu-se às margens do rio Roncador, onde ele construiu um casarão-sede de sua fazenda. Temos informações de dois filho do Dr. Domingos: Clemente Gomes de Azevedo e Teotônio Gomes de Azevedo. O primeiro ficou domiciliado em Lençóis por algum tempo e depois consorciou-se com o primo Teófilo na montagem de uma fábrica de lapidação de diamantes, na fazenda do Roncador. Enquanto isso o seu irmão, major Teotônio Gomes de Azevedo era, também, proprietário de lavras de ouro em Andaraí, juntamente com Ana Brito de Faria, Cornélio de Souza Lima e Benedito de Sena e Souza.