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Academia Caetiteense de Letras

Esta Coluna é produzida pelos integrantes da Academia Caetiteense de Letras (ACL) e os seus convidados e tem por objetivo compartilhar com o público discussões relevantes sobre temas da atualidade, sob a ótica acadêmica e literária.

“Duas décadas da Academia Caetiteense de Letras : uma história de muitas conquistas”

Em sete de setembro de 2001 a cidade de Caetité vinha a finalmente formalizar a criação da sua Academia de Letras, fruto direto da sua congênere de Jequié que em 1997 viera em peso à cidade para o lançamento do livro “Arquimimo” da escritora filha da terra Lúcia Prisco, uma das integrantes daquele silogeu.

Jequié, sob a direção de Ivonildo Calheira, acabara de fundar a sua Academia, tendo por grande estrela o caetiteense Luiz Cotrim, o “Poeta Dourado”, que ocupava ali sua Cadeira número 1. Entusiasmado conhecedor da riqueza literária da terra de Waldick e Anísio, Calheira cobrava a fundação de uma entidade que representasse os escritores da “Terra da Cultura”.

Foram necessários cinco anos para que, enfim, a ideia brotasse de uma brincadeira entre Yalen Sacramento e André Koehne, então trabalhando na área da cultura da Prefeitura Municipal, e se tornasse algo sério que, com a contribuição e empenho da poeta Tânia Martins e do então jovem Fred David, viesse a se tornar realidade.

No dia 12 de outubro de 2001, numa bela solenidade no salão nobre da Câmara de Vereadores, ocorreu a posse dos trinta e cinco membros iniciais. Ali estavam presentes figuras hoje saudosas da cultura caetiteense, a exemplo de D. Alberto Guimarães Rezende, Tereza Guanais Aguiar, Marion Gomes, Elza Silveira, Idalina Vieira, Emiliana Pita, Eutrópio Oliveira.

Em vinte anos a ACL teve por presidentes José Eduardo das Neves Brito (ato inaugural), Romilton Carvalho Sobrinho, Éder Adriano Neves David, André Luiz Gomes Koehne, Luiz Pereira Benevides e Magda Souza Braga David.

Mais de cinquenta edições da revista Selecta Acadêmica vieram a público, assim como livros de dezenas de autores da cidade surgiram nestas duas décadas de história.

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2021 surge muito diferente, entretanto. O mundo está mergulhado numa pandemia, e uma solenidade como aquela de vinte anos atrás seria impossível. Os desafios vão além da produção literária e passam por manter acesa a chama e o entusiasmo que motivaram Ivonildo Calheira a semear academias, como ainda resgatar o rico legado de escritores do passado caetiteense como João Gumes, Marcelino Neves, Nestor Duarte, Anísio Teixeira, Aldovandro Chaves, Plínio de Lima ou aquele que foi um dos maiores poetas da Bahia, Camillo de Jesus Lima...

E, dentro desse desafio maior, a Academia Caetiteense segue viva, segue ativa. Sobre os ombros desses gigantes que a inspiraram, ousa sonhar um mundo onde as letras, a literatura em sua amplitude, possam ser o caminho contra a ignorância, o preconceito, a estagnação.

Em seu vigésimo aniversário a ACL debate ideias e trabalha por concretizar novos projetos. Seus membros se reúnem no mundo virtual, e virtualmente celebramos aqui essa rica história de uma cidade que resiste, no Alto Sertão da Bahia, a acender as luzes em meio às trevas.

 

N.R.- Desta feita, a coluna “O Silogeu” traz um texto de autoria do advogado, escritor, artista plástico e grande pesquisador da história caetiteense, André Koehne, ocupante da cadeira 23- Marion Gomes.

Saiba mais sobre a ACL acessando https://pt.wikipedia.org/wiki/Academia_Caetiteense_de_Letras.