Sertão Hoje

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Padre Ezequiel Dal Pozzo

Padre Ezequiel Dal Pozzo é cantor e compositor, lidera o Projeto Despertai para o Amor, de evangelização através da música. Já lançou 5 CDS e 1 DVD e roda o Brasil com shows musicais, palestras, missas e pregações. Apresenta o programada de rádio reflexão Despertai para o Amor e o programa de TV Despertai para o Amor. É editor da Revista Despertai para o amor e autor do livro "Beber na fonte do amor”.

Como encontrar a mim mesmo sem me afastar das demais pessoas?

Nós somos seres de relacionamento. No relacionamento nós nos construímos. Eu preciso estar em mim, em mim significa eu preciso ser inteiro, e ao mesmo tempo preciso ajudar os outros, acudir os outros, caminhar com eles. Então nesse encontro nós nos construímos como gente, como seres humanos. Nós aprendemos na nossa cultura, mais baseada na concorrência, na competição, no confronto, andar à distância dos outros. E acreditamos que isso nos faz bem. Um grande filósofo chamado Martin Buber dizia assim: “o ser humano torna-se eu no tu”; ou seja: só no encontro acho meu verdadeiro si mesmo, só no encontro eu me sinto pessoa, no face a face na relação com a outra pessoa eu me torno mais humano. Por isso nós precisamos sempre das duas coisas: proximidade e distância, relação e separação. É preciso haver um equilíbrio entre os polos. O que eu quero dizer com isso: nós podemos mesmo perder-nos se nos ocuparmos só com os outros. Seu buscar satisfazer só aquilo que os outros precisam e exigem de mim, então eu vou me perdendo como pessoa e também isso não é bom, aí nós precisamos colocar um limite eu me relaciono com as outras pessoas eu me doo as outras pessoas eu ajudo elas, mas também eu tenho tempo para mim. Se eu perceber em mim sentimentos de amargura estou irritado eu fico amargo, então eu preciso perceber que também é importante que eu dê um tempo para mim, porque eu estou sendo exigido demais. Se eu me delimito em relação às outras pessoas de um modo cortês, se não digo sim a tudo, isto não destrói a relação com elas, mas a esclarece e aprofunda. Ou seja: eu não nego ajudar os outros e me relacionar com eles, mas eu cuido também de mim. Não digo sim a tudo, não faço tudo aquilo que os outros me exigem, isso é colocar limites, e faz bem. Se eu não me delimitar, persiste o perigo que cresçam as agressões contra a outra pessoa; ou seja: eu aceito trabalhar, mas ao mesmo tempo sou uma pessoa que agride porquê? Por que estou cansado de tudo isso.

Ser inteiro é doar-se aos outros, mas ao mesmo tempo sentir-me eu mesmo.