Operação em pequena escala da Bamin na mina Pedra de Ferro em Caetité e obras no Porto Sul geram 1,5 mil novos empregos na Bahia
Quarta / 22.07.2020
Por Redação Sertão Hoje
Dois projetos da Bahia Mineração (Bamin) vão promover a geração de aproximadamente 1,5 mil empregos diretos e indiretos na Bahia. No sudoeste baiano, a empresa iniciou uma operação em pequena escala na mina Pedra de Ferro, em Caetité, que deverá movimentar 800 mil toneladas de minério de ferro por ano e gerar 300 empregos diretos. Em Ilhéus, o início foi nas obras de implantação do Porto Sul, que teve a ordem de serviço assinada no último dia 16. O que será produzido agora representa menos de 4,5% da produção de 18 milhões de toneladas/ano previstas quando o complexo logístico formado pela Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e Porto Sul estiverem concluídos e operando. Os R$ 188 milhões anunciados na etapa inicial de obras do terminal representam menos de 7% dos R$ 2,5 bilhões estimados para a implantação do que será o maior complexo portuário do Nordeste.
O primeiro embarque internacional da operação em pequena escala deverá acontecer pelo terminal portuário da Enseada, em Maragogipe, em novembro deste ano. O minério será transportado da mina em Caetité para o terminal de transbordo da Bamin, em Licínio de Almeida, de onde seguirá pela linha férrea da FCA e de caminhões até o terminal portuário na Baía de Todos os Santos. Esta operação deve ser mantida pela empresa por pelo menos um ano, podendo se prolongar por até 6 anos, a depender das condições de mercado. Em Ilhéus, a Bamin já assinou a ordem de serviço para o início das obras do Porto Sul, que deverá empregar 400 pessoas diretamente e outras 1,2 mil indiretamente. A Bamin estima uma geração de receitas para a União, o estado e municípios acima dos R$ 70 milhões por ano com as duas operações. Os investimentos somados devem ultrapassar os R$ 220 milhões, sendo que o maior volume deve ser alocado na implantação do Porto Sul.
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As 800 mil toneladas por ano serão disponibilizadas para o mercado interno e externo. A avaliação é de que o preço atual de minério de ferro (em torno de US$ 100) suportaria essa operação, mas uma eventual queda tornaria o negócio pouco atraente. Em Caetité, a empresa fez diversos testes de produção na mina, que gerou uma produção de 35 mil toneladas, que serão entregues agora em agosto. “Já estamos fazendo contratos finais com os fornecedores, recebendo equipamentos para a mina e de logística para o escoamento e devemos iniciar a operação para o mercado externo em novembro, com o primeiro embarque internacional”, projeta o diretor da Bamin, Alexandre Aigner em entrevista ao Jornal Correio. “Estamos prevendo R$ 46 milhões nesta operação consolidada. Dentro deste valor estão previstos os impostos federais, estaduais que são retidos, a CFEM, royalties pagos ao governo federal que depois é distribuído para os municípios que fazem parte da operação. E estão incluídos o ISS dos prestadores de serviços”, complementou Aigner, que revelou ainda que deverão ser feitos alguns investimentos adicionais para esta operação, uma parte deles na contratação de prestação de serviços, na recuperação do terminal de transbordo e a estrada que liga a mina ao terminal em Licínio de Almeida. “São 42 quilômetros e vamos reforçar a estrada e melhorar a sinalização”, conta. Ao todo devem ser gastos R$ 40 milhões para a operação.
Com as condições de mercado permitindo, operação deve perdurar por cinco a seis anos. O ferro que está sendo produzido pela Bamin é o minério de hematita, que tem alto teor mineral e baixos contaminantes. É um produto muito procurado porque possui um teor de ferro alto, não precisa ser concentrada. O único esforço será para reduzir o tamanho do produto ao recomendado para a movimentação. Segundo o diretor da Bamin, o itabirito (material de menor valor e que requer mais tratamento) que for retirado neste momento será reservado para o uso apenas no futuro.
A ordem de serviço para o início das obras no Porto Sul, em Ilhéus, foi assinada pela Bamin no último dia 15. Esta etapa deve ter uma duração de 21 meses e receberá investimentos de R$ 188 milhões, na construção de uma ponte sobre o Rio Almada, além de acessos. Segundo a Bamin, no futuro esses acessos serão compartilhados com a população local. Além das vias de acesso, o valor compreende ainda ações relacionadas ao cuidado com o meio ambiente e com as comunidades próximas. O governo estadual, parceiro da Bamin no empreendimento, segue trabalhando em processos relacionados ao licenciamento.
O processo de licitação do primeiro trecho da Fiol está adiantado. Há interesse do governo federal na concessão da estrutura, que depende apenas de um parecer favorável do Tribunal de Contas da União (TCU).