LACEN identifica dispersão de variantes mais agressivas da Covid-19 na Bahia

Sábado / 22.05.2021

Por Rafaela Gonçalves, Flávio Macêdo e Luciana Bueno / Brasil 61

Entre as linhagens estão 8 cepas e 3 variantes de atenção apontadas pelo Ministério da Saúde: a P.1 (Manaus), P.2 (Rio de Janeiro) e B.1.1.7 (Reino Unido). (Foto: Agência Brasil)

O Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Muniz (Lacen-BA) detectou 21 linhagens do novo Coronavírus (Sars-CoV-2), o causador da Covid-19, na Bahia. Foram sequenciados 225 genomas completos em pacientes residentes de 88 municípios baianos nos últimos 8 meses. As amostras apontaram um risco aumentado para internação e rápido agravamento do quadro clínico de pacientes infectados.

Entre as linhagens estão 8 cepas e 3 variantes de atenção apontadas pelo Ministério da Saúde: a P.1 (Manaus), P.2 (Rio de Janeiro) e B.1.1.7 (Reino Unido). Todas as amostras avaliadas eram de pacientes com sintomas clínicos característicos como: dificuldade de respirar, cansaço, Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) ou pneumonia, bem como eram casos suspeitos de reinfecção e óbitos.

Segundo a diretora do Lacen-BA, Arabela Melo, o trabalho de vigilância é importante para mapear a circulação de variantes mais perigosas do vírus, alertando a população. “Essas cepas de atenção são informadas à população, aos estados e aos países por se tratar inicialmente da suspeita de que elas tenham maior transmissibilidade ou talvez ainda uma maior agressividade, capacidade maior de infectar os indivíduos”, afirmou.

O professor de epidemiologia da Universidade de Brasília (UnB), Wildo Navegantes de Araújo, avalia que o sequenciamento favorece o entendimento da ação do vírus até para que os gestores possam pensar em políticas públicas. “É muito estratégico entender ferramentas como a biologia molecular e o sequenciamento genético, onde a gente conhece a estrutura do vírus, da bactéria ou de qualquer outro micro-organismo. É estratégico para apoiar e tomar decisões do ponto de vista da gestão de saúde pública, da gestão de uma emergência de saúde pública, ou ainda, também do científico”, afirmou.Â