Natal e Réveillon: saiba como se prevenir contra a Covid-19 nas festas de final de ano

Segunda / 20.12.2021

Por Larissa Lago / Brasil 61

O pesquisador do Observatório Covid-19 da Fiocruz, Raphael Guimarães, orienta sobre os cuidados para evitar a transmissão do vírus e suas variantes. (Foto: Artem Kniaz / Unsplash)

Com a chegada do período de festas e confraternizações de final de ano, os encontros entre família e amigos geram maior exposição a Covid-19 e, dessa vez, a preocupação dos especialistas está focada também na nova variante Ômicron, que ainda pouco se sabe. Em entrevista ao portal Brasil61.com, o pesquisador do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Raphael Guimarães, orienta sobre os cuidados que devemos ter nessa época para evitar a transmissão do vírus e suas variantes.

“Depois de tantos meses de pandemia vai ser difícil as pessoas se manterem reclusas nesse final de ano. Mas, o que a gente orienta é que elas podem, pelo menos, se cercar de cuidados de forma responsável. Então, se conseguirem fazer esses eventos principalmente com familiares, com pessoas do círculo mais íntimo, isso já diminui a chance de contaminação porque são menos pessoas e você tem controle sobre quem são. Você tem intimidade para perguntar se tomou a vacina ou não, se ela esteve doente, se ela está com algum sintoma”, destaca o pesquisador, que ressalta que eventos de grande porte ainda devem ser evitados, uma vez que o risco de transmissão é muito maior.

Em dezembro de 2020, as autoridades de saúde recomendaram, diversas vezes, que as festas de final de ano fossem evitadas por conta do cenário pandêmico. Na época, as vacinas contra a Covid-19 ainda não haviam chegado ao Brasil, o que aumentava a preocupação dos especialistas. Mesmo assim, entre janeiro e fevereiro de 2021, houve um boom no número de casos e, consequentemente, óbitos por conta das aglomerações. Agora, com mais de 140 milhões de brasileiros já vacinados com duas doses contra a Covid-19 e a dose de reforço disponível para todos que tomaram a segunda dose há mais de 5 meses, a sensação de segurança sanitária da população aumentou. Em alguns locais, o uso da máscara já não é mais obrigatório. Entretanto, essa melhoria no cenário não significa que os cuidados devem ser deixados de lado.

“As pessoas precisam ter em mente que a vacina protege especialmente contra as formas graves e fatais, mas ela não vai impedir que você entre em contato com alguém doente e fique contaminado pelo vírus. Às vezes você se contamina e não fica doente, mas você serve como um veículo de transmissão. O alívio da vacina não pode dar às pessoas a sensação de que elas não precisam fazer mais absolutamente nada e que agora já está tudo bem”, ressalta.

Para Raphael, o surgimento da variante Ômicron tem trazido muitas dúvidas em relação à cobertura da vacina. De acordo com o último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, já são 19 casos confirmados no Brasil. Sendo 13 em São Paulo, dois no Distrito Federal, dois no Rio Grande do Sul e dois em Goiás. “É possível que a gente caminhe para um horizonte em que a dose de reforço será para toda a população. É importante que as pessoas estejam atentas a isso. Vamos ficar alertas para saber se de fato vamos começar a ter a vacinação de reforço para todos e, assim que possível, todos tomem então a sua terceira dose”, pondera.