1 caso de violência contra a mulher é registrado a cada 5 horas, diz Rede de Observatórios da Segurança
Domingo / 13.03.2022
Por Juliana Gonçalves / Ascom Rede de Observatórios
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O novo boletim Elas Vivem: dados da violência contra mulheres aponta 1975 registros em 2021. Entre eles, 409 são feminicídios. (Foto: Divulgação / Rede de Observatórios)
Pelo segundo ano, a Rede de Observatórios revela os dados da violência contra a mulher monitorados em 5 dos 7 estados em que atua: Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. Os estados do Piauí e Maranhão passaram a integrar a Rede em agosto de 2021 e ainda não completaram um ano de monitoramento. O novo boletim Elas Vivem: dados da violência contra mulheres aponta 1975 registros em 2021. Entre eles, 409 são feminicídios.
• São 1975 casos de violência contra a mulher monitorados pela Rede em 2021;
• Um caso de feminicídio foi monitorado a cada 24h;Â
• SP teve um aumento de 27% de casos de violência contra a mulher;
• RJ tem um caso de violência contra mulher por dia e aumento de 18% nos registros;
• PE é o estado com mais casos de violência contra a mulher no Nordeste;
• Ceará tem o maior registro de transfeminícidios entre os cinco estados monitorados;Â
• Bahia tem um caso de violência contra a mulher a cada 2 dias.
Esses números mostram que um caso de violência contra a mulher é registrado a cada 5 horas e todos os dias uma mulher morre por ser mulher nos estados monitorados. Mais uma vez o indicador é o terceiro colocado entre os registros da Rede durante o ano, ficando atrás apenas de eventos com armas de fogo e ações policiais - que tradicionalmente ocupam o noticiário policial. Em 65% dos casos de feminicídios e 64% dos casos de agressão, os criminosos eram companheiros da vítima.
Dados na Bahia
Na Bahia temos um caso de violência contra a mulher a cada dois dias. No entanto, houve uma queda de 31% nos registros da Rede. Porém, quando analisamos os tipos de violência sofridas por essas vítimas, podemos ver que não há grande variação quando se trata de feminicídio: foi de 70 em 2020 para 66 casos em 2021.Â
Quando a motivação dessas agressões e mortes são informadas, as três maiores causas apontadas são brigas (28%), término de relacionamentos (9%) e ciúmes (8%). Boa parte dos crimes contra mulheres divulgados nos jornais (85%) não traz a informação racial da vítima. Mas, quando desconsideramos os casos em que a cor da vítima não é informada, temos 50,7% das vítimas negras, 48,6% brancas e 0,7% indígena. Algo nítido para as pesquisadoras da Rede é que quando se trata de mulheres brancas e de classes mais abastadas a cobertura jornalística tende a ser mais completa.
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O novo boletim Elas Vivem: dados da violência contra mulheres aponta 1975 registros em 2021. Entre eles, 409 são feminicídios. (Foto: Divulgação / Rede de Observatórios)