Ministério da Saúde lança programa para diminuir a fila do SUS
Sexta / 10.02.2023
Por Daniela Gomes / Brasil 61
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Foco inicial são as cirurgias eletivas, exames e consultas prioritárias. Orçamento previsto é de R$ 600 milhões. (Image by 8photo on Freepik)
O Ministério da Saúde lançou o Programa Nacional de Redução de Filas do Sistema Único de Saúde (SUS). A cerimônia de lançamento aconteceu no Rio de Janeiro na última segunda-feira (06) e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da ministra da Saúde Nísia Trindade.
De acordo com o Ministério de Saúde, serão destinados R$ 600 milhões para o programa, conforme já estava previsto na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição. Para ter acesso ao orçamento disponível, cada estado deverá apresentar um plano de ação, que deve fixar as prioridades conforme a realidade local da cidade.
O programa será dividido em duas dimensões: a primeira será emergencial, focada em cirurgias, principalmente as abdominais, ortopédicas e oftalmológicas, além de exames e consultas prioritárias. A segunda terá o foco na estrutura para melhorar a gestão das filas, fluxos de atendimento e a qualificação dos profissionais.
O especialista em Gestão de Saúde da Universidade de São Paulo (USP), Gonzalo Vecina, explica por que a fila do SUS está crescendo cada vez mais. “A principal razão do crescimento da fila dos SUS é a desorganização. As filas são múltiplas, tem fila por municípios, filas por estado e às vezes filas por serviços de saúde, hospitais universitários, hospitais privados que prestam serviços ao SUS. Não existe uma fila estruturada como por exemplo a fila de transplante. A fila de transplante é única por estado, cada estado tem uma fila para cada tipo de órgão, além de ser uma fila muito rigorosa e fiscalizada”, afirma Vecina.
O Gestor de Saúde ainda informa que as filas do SUS cresceram mais em razão da pandemia, por isso, apenas uma estruturação poderia funcionar e diminuir os números de pessoas esperando. “Nós não temos só que melhorar, precisamos criar filas. Estados e municípios precisam sentar e desenhar regiões que possuem um conjunto de serviços para estruturar as filas e a oferta ser mais adequada para a população”, destaca o gestor.