MPF diz que Lula era o 'comandante máximo' no esquema de corrupção na Lava Jato

Quinta / 15.09.2016

Por Redação Sertão Hoje

O procurador Deltan Dallagnol classificou Lula como ‘comandante máximo’ e ‘grande general’ do esquema de corrupção na Lava Jato.

Ao anunciar a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula e mais sete pessoas na Operação Lava Jato, o procurador do Ministério Público Federal, Daltan Dellagnol, classificou o petista como ‘comandante máximo’ e ‘grande general’ do esquema de corrupção na Lava Jato. Em seguida, ele ressaltou em sua fala que a acusação não representa um julgamento sobre o passado do ex-presidente ou do PT. ‘O MPF não está julgando quem Lula é ou foi como pessoa, se seu governo foi bom ou ruim. A procuradoria imputa a responsabilidade por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em um contexto específico’, afirmou Dellagnol. A denúncia abrange três contratos da OAS com a Petrobras e diz que R$ 3,7 milhões em propinas foram pagas a Lula. Os crimes imputados aos denunciados são corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. O MPF pede a indenização de R$ 87,6 milhões, que deve ser paga pela OAS e também por Lula, além de R$ 58,4 milhões a serem pagos por Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e Agenor Franklin Magalhães Medeiros, ex-executivo da OAS. Segundo o procurador, Lula recebeu propinas de forma dissimulada, por meio da reserva e reforma de um apartamento triplex em Guarujá, no litoral de São Paulo, e do custeio do armazenamento de seus bens. Dallagnol afirmou que há 14 conjuntos de evidência contra o ex-presidente, que teria sido o maior beneficiário do esquema. A denúncia do MPF diz que todo o mega esquema envolve o valor de R$ 6,2 bilhões em propina, gerando à Petrobras um prejuízo estimado em R$ 42 bilhões. Também foram denunciados a ex-primeira dama Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, dois funcionários da empreiteira e outros dois investigados.